Arquivo da Categoria: Recantos – (Sansão Coelho)

“VARIAÇÕES EM LÁ” PARA O SAUDOSO GUILHERME LUÍS

Permitam-me sugerir um fado em fundo sonoro enquanto escrevo enquanto cada um nos lê neste COIMBRA CANAL. Pode ser o “Rua Larga” com a voz sublime e máscula do Luís Góis. Fechem os olhos. Imaginem a velha Alta por fotografia, os que só a conheceram de fotografia. Ou, ainda de olhos fechados, passeiem a memória pelas ruas e becos da nossa Alta de hoje, os que só assim a conhecem. Como hoje. Fica agora bem uma variação com o som da guitarra de António Ralha.

…Talvez a tocar uma peça do Flávio. Do Flávio, barbeiro.

Cuidado: não estraguem a brincadeira dos miúdos. Estão a jogar com uma bola de papel. Um deles é o Guilherme. Mora na Couraça dos Apóstolos. Tem jeito prá bola o rapaz… Ele quer é ser enfermeiro, deixa-o seguir a vida dele. Mas há mais alguém, e já crescido, por ali?! É o Alberto Gomes!!! O craque da Académica a jogar com a miudagem?! Tal e qual.

Podia jogar, AQUI, no Sport Conimbricense, temos uma boa equipa.

Qualquer dia fazem-nos um pavilhão na Baixa e ainda a sede vai para a Rua Simões de Castro. Ficamos só com hóquei e basquetebol e pouco mais… Tempos difíceis os que se avizinham. Qual quê! Pieguices. Por esse andar estás a criar o Sport Saudade e Salatinas… Se acabaram com a velha Alta também podem acabar connosco. Com o espírito salatina? Nunca. Ouve bem o que eu te digo: NUNCA. Arranja-me ao menos uma equipa de futebol de cinco, ou futsal (é assim que se diz agora?) para constituirmos esse tal Sport Saudade e Salatinas. Cinco salatinas dos bons. Ao menos só cinco, não peço mais. Só cinco? Ou cinquenta? Só cinco! Põe o Fernando Alves na baliza. E mais? Mete aí um selecionador, dos maiores, o Adriano Peixoto. Põe o Eurico Pedro Dias, até foi da Associação de Futebol. Mete o António Henriques Curado que jogou na Académica, no União e no Guimarães. E que começou nos Conimbricenses, não te esqueças. Isso! E completa com o saudoso Guilherme Luís o primeiro grande massagista enfermeiro de Coimbra a distinguir-se na área desportiva.

Era giro recriar o Largo da Feira e fazermos aí um jogo. Com quem? Com o Sport Futuro e Salatinas. Estamos a juntar o Passado com o Presente e com o Futuro. Foi de propósito.

Ser Salatina é ser eterno no amor à Alta e a Coimbra: É ser passado, presente e futuro. É TER UMA GRANDE HISTÓRIA. SER SALATINA É UMA HONRA PERMANENTE. Estamos agora com uma outra guitarrada. Ora oiçam: É em Lá maior. O som parece que vem da barbearia do Flávio aquele com quem tantos estudantes e futricas aprenderam a tocar…

Não conhecia…. Só conheço a Lá… A Lá é a Dona Laura?! Sim, sim. Foi a esposa do senhor Guilherme Luís. O senhor Guilherme tratava a esposa por Lá. Conheceram-se com seis ou sete anos. Eram os dois da Alta. Portanto eram os dois Salatinas…

“O primeiro beijo foi no dia em que lhe pedi namoro, eu tinha vinte e seis anos…” – confidenciou-nos, uma vez, este eterno massagista da Briosa.

Saudoso SENHOR GUILHERME LUÍS, durante toda a sua vida de casado teve saudades desse primeiro beijo à sua Lá e, agora, somos nós quem tem saudades do senhor.

E se o seu coração ainda não sabe: a Malta conseguiu ficar na Primeira Liga. Foi um milagre do São José Viterbo…do Calhabé.

Para a próxima temporada que está à porta o nosso Special One do Calhabé vai levar-nos à Europa, lá, lá, lá. São os santos populares e as nossas FOGUEIRAS DE SÃO JOÃO a continuarem até ao São Pedro e S. Paulo.

Vai de roda…E diz o mandador calmeirão: Ponham a BRIOSA como campeão. A BRIOSA é o emblema do nosso coração. E viva o São João. E já agora, por favor, ponham aí também o São José do Calhabé: o São José Viterbo que ainda vai ser europeu.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.pt

ALVES BARBOSA, O HOMEM DO DIA

ALVES BARBOSA, O HOMEM DO DIA
CICLISTA, TREINADOR E COMENTADOR

O tempo passa. O tempo corre. Alves Barbosa vai correndo para ficar na história do ciclismo português como uma das personalidades desportivas mais completas nesta atrativa modalidade a qual, agora, no verão, faz o pleno em grandes provas nacionais e internacionais. Alves Barbosa foi ciclista, treinador, formador, comentador da modalidade na rádio, na televisão e nos jornais. Foi Diretor Técnico Nacional de Ciclismo. Atravessou de forma gloriosa o último meio-século anterior. Dos anos cinquenta até à curva do atual século em que democratizou ainda a prática do BTT, ALVES BARBOSA foi o grande Camisola Amarela de Portugal. Devemos quase tudo no ciclismo português ao popular Tó Barbosa, de nome completo António da Silva Barbosa. Natural da Fontela (Figueira da Foz, 24 de dezembro de 1931) ALVES BARBOSA seguiu as pisadas de seu pai que foi, também, ciclista e treinador do filho. Há ainda quem se recorde de uma Loja de Aluguer de Bicicletas, cuja clientela mais significativa era de crianças, e localizada na Marginal da Figueira perto do Grande Hotel por debaixo da Piscina Oceânica. Esta loja era cedida ao pai de Alves Barbosa, no verão, mas o campeão e popular TÓ BARBOSA era muitas vezes visto ali, na loja, e ensinou muitas crianças a andarem de bicicleta o que era igualmente objetivo desta loja (ensino do ciclismo, aluguer e arranjo oficinal das bicicletas). Este talentoso campeão residiu até aos 35 anos (idade em que deixou o ciclismo profissional) em Montemor-o-Velho que considera a sua terra. Depois foi para Lisboa onde treinou o Benfica. Esteve também na cidade de Águeda como diretor comercial da Flândria. Voltou para a capital onde exerceu diversos cargos na Federação; orienta cursos de ciclismo e dirige várias provas no país e fora e recorde-se que ganhou várias provas no estrangeiro como corredor. Esteve em vários países como formador na modalidade a convite da União Ciclista Internacional. Há cerca de 20 anos regressou à sua terra de Montemor-o-Velho no Baixo Mondego. Ali treinou jovens e criou o prémio Alves Barbosa para a juventude. Em Portugal, nos anos cinquenta, ganhou três Voltas a Portugal e não venceu todas porque num ano (1952) ficou inibido de participar por estar a cumprir o serviço militar obrigatório; em 53 e 54 não houve Volta a Portugal quando a supremacia de Alves Barbosa era ainda mais evidente. Em 1955 é agredido por espectadores, perto da cidade do Porto, quando já era camisola amarela e ia ganhar a etapa e a Volta com um avanço significativo. Foi, provavelmente, o melhor desportista português de sempre. O cinema aproveitou-se da sua popularidade e houve um filme português rodado em 1958 com o título O HOMEM DO DIA em que Alves Barbosa foi protagonista e MOTIVO TEMÁTICO para captar um público que começava a fugir das salas de cinema para a recém-chegada televisão. Contracenou, então, com a terna, doce e bonita Maria Dulce professora numa Escola Primária da localidade onde morava o Patela o qual gostava, tal como Alves Barbosa, da professora Clara. Duas equipas de ciclismo rivais, dois pretendentes à professora Clara e esta a dar preferência nesta ficção fílmica ao Tó Barbosa que venceu por honradez e simpatia a maldade do Patela, conquistando, assim, o coração de Clarinha. A história reflete e comprova a popularidade de ALVES BARBOSA.
Recentemente foi comemorado o 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades portuguesas, o dia dos nossos heróis. Teria sido um excelente dia para Montemor-o-Velho, Figueira da Foz ou Coimbra terem inaugurado uma ciclovia com o nome de Alves Barbosa ou uma estátua homenageando em vida quem já ganhou um lugar de relevo no ciclismo português e internacional. Já sugerimos que a Universidade de Coimbra, em concreto a Faculdade de Ciências do Desporto, atribuísse o título de Doutor Honoris Causa a Alves Barbosa até porque este campeão produziu bibliografia relevante sobre a modalidade. Ainda acredito que o atual município de Montemor-o-Velho venha a colocar no recinto da Feira ou na Rotunda de acesso à Pista de Remo uma estátua de Alves Barbosa.
O COIMBRA CANAL irá pedalar sempre (e também) pelos grandes vultos do desporto da nossa Região de Coimbra e da nossa Região Centro. ALVES BARBOSA será sempre o nosso “HOMEM DO DIA” com ou sem estátua…com ou sem homenagens…com ou sem Museu Alves Barbosa. Ainda temos de pedalar um pouco mais até merecermos esta glória do ciclismo português. Na Figueira e em Montemor-o-Velho, numa ideia lançada por Stélio Amaral da Silva Coelho, está a ser constituída uma COMISSÃO para levar até à META o nome de ALVES BARBOSA. Daremos em breve mais pormenores e o email para quem quiser integrar este Grupo ou Comissão que pretende agradecer a ALVES BARBOSA o muito que fez por Portugal e pelo resto do mundo ao nível do ciclismo. O SENHOR CICLISMO, HOMEM DO DIA, ALVES BARBOSA, merece grande gratidão.

Sansão Coelho

VARELA PÈCURTO, 90 ANOS DO DECANO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL EM COIMBRA

VARELA PÈCURTO é o decano dos profissionais da Comunicação Social de Coimbra, um pioneiro da RTP na cidade e região tendo sido o seu primeiro correspondente. Uma vasta experiência profissional, do cinema à fotografia, permitiu a este mestre apurar uma estética de realismo (ou neo-realismo para sermos concretos e verificarmos como a mensagem simples e direta é comunicada pela obra de arte) o que o guinda a um plano altaneiro. Não podemos esquecer que À ÉPOCA ERA MODA ENTRAR NO SALONISMO, ou seja concorrer a Salões.

Assim o fez e conquistou vários prémios. A comunidade ou “corporação” dosmédia de Coimbra tem uma enorme e justificada deferência por VARELA PÈCURTO; tem ternura e afetos militantes, mas a sua cativante forma de ser e estar é duplicada por um trajeto de vida profissional impressionante. É a nossa versão de Manoel de Oliveira? Talvez. Mas é também a nossa versão de Luís Buñuel que esperava horas a fio pelo momento adequado para fixar um instantâneo de vida para a posteridade…. como o salto daquela menina no pátio. A foto da capa do catálogo de uma exposição sua que vimos há algum tempo mostra-nos que um raio deflagra sobre os emblemáticos Torre e Casario da Universidade de Coimbra. Foi preciso esperar, como Buñel, para conseguir aquele momento. VARELA PÈCURTO vai ficar (já está na História da Fotografia Portuguesa e representado em vários Museus). As VIÚVAS DA NAZARÉ, foto impressa na contracapa do catálogo (e muito em particular este registo da contra-capa) referentes à exposição que vimos há algum tempo e uma das suas últimas apresentações a que assisti colocam PÈCURTO como o fotógrafo, o repórter, o artista, num patamar de excelência internacional. Por mim coloco-o ao lado de Sergei Eisenstein pelos grandes planos que alcança e pela forma como cruza o documental com o ficcional mantendo elevados valores estéticos, aliás, fundamentais, tal como preconizava Mário Dionísio.
Completou há pouco 90 anos. Adivinho que o vamos ter até aos cem ou mais anos connosco a dar-nos a sua arte. Lamento que não haja apoio suficiente de municípios nem de entidades culturais diversas para VARELA PÈCURTO finalizar algumas obras de prosa e fotografia dedicadas a concelhos da nossa Região, livros que tem praticamente completos. Talvez seja hora de deixarmos o nosso comodismo hereditário ou atávico e colaborarmos todos no apoio às edições que VARELA PÈCURTO tem ainda em carteira para apresentar espólios fotográficos de concelhos que se não forem apoiados, talvez o ARTISTA-FOTÓGRAFO acabe por ceder, gratuitamente, a quem devia comprar, por elementar dever de
justiça, solidariedade e reconhecimento ao valoroso Varela Pècurto. Faltará por cá uma atividade financeiramente proactiva a favor da CULTURA FOTOGRÁFICA? Não sei responder mas considero
COIMBRA a grande Cidade da Fotografia a que os ENCONTROS vieram dar projeção internacional.

Deixo-lhe o meu abraço de parabéns, Caro Decano, AMIGO E COMPANHEIRO VARELA PÈCURTO, um Companheiro das nossas Reportagens Jornalísticas (AS SUAS FOTOS JORNALÍSTICAS para o
nosso velho JORNAL A BOLA) em que nem sempre o que os leitores nos diziam estar ótimo nos satisfazia. Quisemos, o Senhor e eu, sempre mais: e o meu amigo até fazia obras-primas: veja como eramos injustos! Em particular no VARELA PÈCURTO houve sempre a transcendência do artista.

Conte, Senhor VARELA PÉCURTO, muitos anos e mais trabalhos com a sua singular e superior qualidade.
Um abraço do seu companheiro e camarada de profissão, Sansão Coelho. E outro abraço desta vasta equipa do COIMBRA CANAL que o admira, tal como todos os conimbricenses e as personalidades de bem da cultura da nossa Cidade e da nossa Região de Coimbra.
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ATENÇÃO: Entre em Protagonistas, aqui no COIMBRA-CANAL pode ser vista uma entrevista com o Grande e Mestre Eterno VARELA PÉCURTO. COIMBRA CANAL é um divulgador atento do que se faz de melhor na Arte e na Cultura em Coimbra…como já viram os nossos leitores, espetadores e ouvintes. COIMBRA CANAL na net… é rádio, televisão e jornal on-line. E sempre COIMBRA.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracabal. Ou: sansaocoelho@sapo.pt

“COIMBRA CANAL”. DE COIMBRA PARA O MUNDO, O MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AUDIOVISUAL DO RIGOR E DO BAIRRISMO SALUTAR QUE ESPALHA A NOSSA CIDADE POR TODOS OS CANTOS DO MUNDO.

Um projeto de cultura, cidadania e intervenção.

QUE BOAS! DOÇARIA E PASTELARIA DA REGIÃO DE COIMBRA

Ai, ai, meu bem! Gostar do que sabe bem não é pecado: é bom gosto.

Já se aperceberam que vou falar da DOÇARIA/PASTELARIA da nossa região. Sentimo-nos quase emocionados com as diversas propostas que têm sido apresentadas e com o que temos há muito na EMENTA DA DOÇARIA DA REGIÃO DE COIMBRA.

Das BRISAS DA FIGUEIRA às NEVADAS DE PENACOVA seguimos, por perto, o curso do RIO MONDEGO. Este nosso pátrio rio, o maior nascido no nosso retângulo, pode conduzir-nos, apenas entre Penacova e a Figueira, a uma LISTA ENORME DE DOCES daqueles que fazem crescer água na boca apenas ao serem enunciados. Agora imaginem o que será prová-los.
Em LORVÃO os PASTEIS DE LORVÃO discutem um lugar ao sol, e na nossa mesa, com as NEVADAS DE PENACOVA.
Na LOUSÃ encontrei uns pastéis FEITOS COM PRODUTOS ENDÓGENOS aos quais atribuo nota elevada: têm mel, castanha e… LICOR BEIRÃO.SERRANITOS E DELÍCIAS que são uma…delícia.
Em COIMBRA, para além da DOÇARIA TRADICIONAL, tive o privilégio de saborear os CRÚZIOS que o Café SANTA CRUZ está a confecionar e a distribuir os quais começam a discutir protagonismo e relevância com PAPOS DE ANJO, BARRIGAS DE FREIRA MANJAR BRANCO, PASTEIS DE SANTA CLARA e a nossa singela (mas tão boa) ARRUFADA DE COIMBRA.
Se viermos pela margem esquerda do Mondego a paragem na Vila de PEREIRA é obrigatória para saborear as QUEIJADAS DE PEREIRA as quais, no meu modesto entender, melhor textura
e massa apresentam em todo o mundo. Exagero? Talvez não!
Do outro lado do rio, e também em ambiente conventual, encontramos as QUEIJADAS E OS PASTEIS DE TENTÚGAL. Digam-me, por favor: há manjar melhor do que este?! Até o António
Nobre ia poetar para TENTÚGAL à espera de encontrar um bilhetinho da angelical freira dentro de um apetitoso e saboroso pastel. E ainda lhe atribuem solidão?! Talvez tenha sido o poeta
mais triste e SÓ de Portugal… mas tinha um excelente gosto para escolher doçaria requintada: se tinha!
Em MONTEMOR-O-VELHO não perco as ESPIGAS DOCES…mas não é fácil encontrá-las.
Mais à frente o BOLO DAS ALHADAS é mais conhecido do que a linda serra das Alhadas. A não esquecer, ainda, o conceituado e também saboroso BOLO DE ANÇÃ do concelho de Cantanhede.
Do outro lado, no LOURIÇAL, os BISCOITOS DO LOURIÇAL dão a volta ao mundo. A origem está no Convento do Louriçal. A simplicidade da receita (atenção: esta é sem açúcar) está de acordo
com a vivência humilde das freiras deste Convento o qual precisa de uma boa recuperação para não se perder este património que até já foi fábrica de descasque de arroz.
E os BISCOITOS DE SOURE? Aquele doce azeite é uma oferenda dos deuses. Não podemos esquecer que os BISCOITOS DE AZEITE DE SOURE acompanharam as tripulações nas naus que andaram nos DESCOBRIMENTOS. São históricos.

…Vou ficar por aqui. O COIMBRA CANAL não vai esgotar, nesta crónica, os Doces e Pasteis da Região de Coimbra. Falei, apenas, em meia-dúzia…mas há tanta DOÇARIA & PASTELARIA por cá que o melhor é cada leitor experimentar e classificar. Nós voltaremos com a boca doce a esta temática. Vou fazer mais um Roteiro e cá estarei, em breve, com mais um conjunto de Doces & Pasteis em tentadoras propostas. Não pode ser tudo de uma vez para não estragar a “linha”.

Interatividade: sansãocoelho@coimbracanal.com

UM “ENSAIO” SOBRE LUIS GÓIS, GRANDE CANTOR DE COIMBRA

LIVRO DE JORGE CRAVO DE DOCE LEITURA

“LUIZ GOES – O NEOMODERNISMO NA CANÇÃO DE COIMBRA OU O ADVENTO DA ESCOLA GOESIANA”.
Este é um livro de autoria de JORGE CRAVO que foi e é um confesso admirador de GOES e um conceituado cantor de Coimbra e historiador do Fado Académico. A este género
chama Jorge Cravo CANÇÃO DE COIMBRA, um conceito guarda-chuva, ou seja, de maior abrangência. Apesar de ter sido editado há algum tempo falo-lhes deste livro porque é uma
obra completa e de indispensável leitura acerca do cantor e médico LUÍS GOES que já é uma saudade física embora haja sempre a possibilidade e prazer em escutar a sua voz e as canções porque as deixou editadas. Jorge Cravo opta, pois, pela nomenclatura Canção de Coimbra onde se insere o ponto de vista de Luís Góis que nos falava da sua música, não como fado, mas como “música de matriz coimbrã”. Logo na apresentação desta sua obra, Jorge Cravo escreve que no “envolvimento da Canção de Coimbra, a partir da década de 60, no imaginário associativo, social e político da Academia, da cidade e do País, emerge, pois, a figura de Luiz Goes que, embora distante de um profundo comprometimento político, nem por isso esteve ausente da contestação intelectual e artística que era apanágio dos cantautores da época”.
Esta foi uma faceta prodigiosa e importante de Goes: conseguiu produzir trabalhos artisticamente perfeitos onde a contestação fintava as malhas da Censura com uma inteligência notável e por isso as suas canções se escutavam, sem problemas censórios, nas rádios do “Antigamente”. O Professor Doutor LUÍS REIS TORGAL, ainda neste livro, no capítulo
À Maneira de um Prefácio, fala-nos de Luís Góis como “um humanista, diferente dos humanistas de esquerda militante, como foram Zeca ou Adriano”. Zeca e Adriano estiveram
proibidos. Luís Góis abraçou, em nosso entender, causa comum, mas num caminho difícil, eticamente irrepreensível, ao estar presente, e estar na frente, recusando ser recusado para poder continuar a cantar, um canto que foi de arte, de luta e de causas gerando o que apelida Jorge Cravo de ESCOLA GOESIANA considerando que nasceu com este cantor e autor um movimento de renovação estética que entroncou no movimento presencista e no padrinho daquela folha de Cultura e Arte, Edmundo de Bettencourt.
LUÍS GOES foi um cantor de constante RENOVAÇÃO (a palavra é ainda mais adequada neste Tempo de Páscoa). Renovação na forma de cantar e no discurso poético. “Com Luiz Goes o
neomodernismo chega à Canção de Coimbra”, avança Jorge Cravo neste livro dedicado a quem já nos deixou, mas deixando uma obra ímpar que precisa de ser escutada com regularidade para compreendermos o que foi Portugal entre os anos 60 e 90 do século passado; e como foi a evolução da Canção de Coimbra no mesmo período.
Portugal, pobre em valores, pouco escutou, na hora do seu “adeus”, canções de Luís Góis. Poucas rádios lhe dedicaram o tempo que o génio criativo e interpretativo de LUÍS GOES Ser ingrato e não reconhecer o mérito implica a necessidade de escutarmos, sempre que possível, “Homem Só, Meu Irmão” na voz de Luís Góis, uma das suas mais sentidas
interpretações.
A CANÇÃO DE COIMBRA tende a ser eclipsada e as grandes vozes deste garboso género musical estão quase votadas ao esquecimento, pelo menos, nos dias de agora, nas rádios e
televisões nacionais.
Talvez isto mude.

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Uma sugestão em tempo de Páscoa: Cientistas Sociais podem ajudar à renovação da sociedade

Sansão Coelho em 26 de Março de 2015

Estamos a viver uma época especial. Vivemos este tempo de Páscoa com forte tradição em Portugal e que é assinalado com impacto na nossa Região Centro.

Neste conceito de Páscoa podemos envolver, por parte dos que comemoram a época, significados ou aproximações como Sacrifício, Renovação, Libertação.

O mundo está a passar por situações particularmente difíceis. Estes sacrifícios de muitos povos devem levar os cientistas sociais a refletirem sobre os problemas que nos batem à porta e é importante abrir janelas para por em prática processos de efetiva renovação das comunidades.

Recordamos que, por ocasião da Revolução Industrial, a Inglaterra, como pioneira, e a Europa, a seguir, e, depois, a maioria dos países sentiram fortes repercussões a diversos níveis.
Houve profundas mudanças económicas, culturais e sociais. O mundo mudou.

Atualmente o Mundo Avançado, ligado à Sociedade do Conhecimento, parece estar indiferente aos reflexos da atual Revolução Tecnológica, aliás, mais explosiva e com inesperadas repercussões e ziguezagues, se comparada com a Revolução Industrial.

A União Europeia, Estados Unidos e o Japão, apenas estes três significativos exemplos, têm vivido tempos económicos e financeiros difíceis e, cada vez mais, vivem dos Serviços em detrimento da Produção Industrial ou de novos sistemas de produção que venham a gerar uma nova e efetiva riqueza. Nem só de tecnologia vive o Homem apesar de a informática ser hoje uma ferramenta indispensável e transversal.

A perda de postos de trabalho convencionais como reflexo das alterações de paradigma muda para aonde? Apenas para o desemprego generalizado em todo o mundo? Para mão-de-obra
barata? Para a desumanização? Os trabalhadores estão preparados para entrarem todos (ou a maioria) nestes Novos Tempos?
A nossa inserção em pleno nesta imparável Sociedade do Conhecimento e da Informação exige que os Cientistas Sociais possam ajudar quem sente problemas com as mudanças.
O ovo que simboliza a Páscoa significa um Início. E desejamos que seja o princípio de algo prometedor. Até os simpáticos coelhos (concordam que todos os coelhos são simpáticos?!) estão associados à Páscoa porque sendo vistos em abundância com os filhotes nesta época do ano foram considerados um símbolo de fertilidade.
Coimbra tem produzido Cientistas Sociais de grande prestígio. Tem sido fértil neste aspeto.

Esperamos desta plêiade de intelectuais um olhar e um sinal de apoio e orientação para aqueles que estão fragilizados e desorientados nesta Nova Sociedade. Um progresso integrador e reprodutor de bem viver e viver por bem e para o bem de todos.
Boa Páscoa a todos e em particular a quem entra neste Coimbra Canal que vai de Coimbra para o mundo em formato de… ovo de  Páscoa.

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Recantos… primaveris na cidade das rosas

Mesmo que não tivesse consultado a informação especializada bastaria o simples gesto de entrar no Google para saber que o primeiro dia de primavera foi hoje, 20 de março. o Google apareceu florido e sempre COM OS ATRATIVOS SIGNOS, INDÍCIOS OU CLAROS SINAIS do dia adequado ou da efeméride a celebrar: espantoso!

Estou a escrever quase à noite. A primavera chegou à noitinha.  Aqui, no Coimbra Canal, temos muitas flores à nossa espera em particular rosas, provavelmente, o mais forte símbolo de Coimbra. Podiam ser arrufadas, doces conventuais ou o Choupal agora com novo acesso. Podia ser o Zeca Afonso ou Miguel Torga. Ou o Carlitos porque o Táxeira já nos deixou. Talvez pudesse ser o orgulho Conimbricense , um fluido que nos vai percorrendo alma e corpo. Cada vez somos mais, e mais unidos,  a dizermos o quanto queremos bem a Coimbra. Há uns tantos que o afirmam publicamente; há outros que se calam, mas quem cala consente; há outros que sentem esta chama coimbrã que nos leva a desejar fazer de Coimbra e da Região Centro o que há de melhor em Portugal e na Europa, essa, a Europa feita de Regiões.
OLHEM PARA AS BONITAS MULHERES DE COIMBRA E NÃO OLHEM, APENAS, PARA OS NOSSOS BELOS MONUMENTOS
É preciso informar toda a gente quanto Coimbra está mais florida e bonita.
Não apenas pela primavera que chegou, mas pelo bairrismo que se sente e se consente e pelo qual cada um de nós deve ser exigente. Isto até rima e amanhã, 21 de março, é o Dia da Poesia. E não só. É um Dia de vários dias. Até do Dia para festejarmos a felicidade. Quem no-la dera, tal como a primavera. E a poesia. E COIMBRA, qual airosa tricana ou mulher-estudante (o que tanto faz) porque todas as mulheres são bonitas. E as de Coimbra, meu Deus! Como são tão bonitas!!! Ser uma Cidade da Saúde e do Conhecimento também implica cuidar do físico, não só trabalhar o “cognitivo”: talvez, por isso, as mulheres de Coimbra andem sempre tão bem ataviadas e são exuberantemente bonitas. Quem me acompanha?
Todos? É óbvio. Também era o que esperava.
Quando puderem vão à Baixa ou à Alta, a Celas ou aos Olivais e não olhem, por favor, apenas, para os belos monumentos da nossa bela
cidade. Olhem, em especial, para as lindas Mulheres de Coimbra.
Verdade? Tanta flor… JÁ CHEGOU A PRIMAVERA. Coimbra é uma “cidade feminina” (quem o disse foi o poeta aqui nascido) …e está cada vez mais linda e primaveril. Femininamente bela. Deixem-me dar um toque cosmopolita à coisa: Coimbra… BELLISSIMA.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

Sugestão: Arroz de lampreia em Montemor-o-Velho e visita aos Pauis da Madriz e do Taipal

“SÓ SE AMA O QUE SE CONHECE E SÓ SE PODE QUERER CONSERVAR O QUE SE AMA”
Vizinho de alguns anos de excelente convivialidade e amizade, o Dr. António Pinto Castanheira é um grande defensor e divulgador da importância do Paul da Madriz até porque nasceu no Casal do Redinho, onde se destacou, em criança, por ser dotado de grande capacidade intelectual o que levou a sua professora do ensino básico a apoiá-lo e a pedir a seus pais para o deixar continuar a estudar em vez de ir logo para a rude agricultura.

Amigo de longa data e quase conterrâneo, figura querida de Coimbra, evoco Orlando Bonito que nos deixou, prematuramente, quando muito havia a esperar do seu talento e da sua apuradíssima sensibilidade. Também natural do Casal do Redinho, localidade da qual era quase “relações públicas”, transformou-se igualmente num divulgador do Paul da Madriz.
Contagiado pela paixão destes dois amigos pelo Paul da Madriz dediquei, há anos, algum tempo para reportagens à fauna e flora desta belíssima zona húmida.
Passaram-se os anos e voltei. Acompanhado de pessoa amiga a quem quis mostrar esta parcela importantíssima e bela da nossa região centro tentei alcançar o Paul entrando quase junto à igreja principal do Casal do Redinho.
Estrada de terra batida, ramos cortados há pouco, mas a dificultarem a circulação, chega-se, apenas, até a um observatório das aves. Depois o percurso quase se perde e é incerto. Não consegui mostrar o que pretendia mas se formos com tempo chegamos lá e há mais dois percursos assinalados.

Devido à realização de hoje até 22 do corrente do Festival do Arroz e da Lampreia, em Montemor-o-Velho, atrevo-me a deixar, a quem entra no “Coimbra Canal”, uma apetitosa sugestão para completar uma refeição no Largo da Feira e da Festa em Montemor com visitas (antes ou depois) a dois pauis próximos: o Paul do Taipal em Montemor; e o da Madriz, em Soure.
Faça-se acompanhar da sua máquina fotográfica, consulte o portal da internet avesdeportugal.info para tomar nota das diversas espécies de aves que pode observar e … eito fora.
Desejo a quem nos lê um bom almoço ou jantar com arroz de lampreia ou um dos outros suculentos pratos que estão a ser servidos nos restaurantes sob a tenda gigante e faça-se à descoberta do verdadeiramente maravilhoso: um paraíso da natureza, ou antes, dois paraísos… Ainda há pouco perto das 19 horas o jornalista Manuel Portugal fazia na RTP – 1, uma reportagem em direto sobre a festa entrevistando entre outras personagens o presidente Emílio
Torrão. Uma bela reportagem, sem dúvida, mas ficámos com a ideia que o Manuel Portugal estava a salivar, avidamente, ao ver tão apetitosos pratos a serem confecionados naquele momento!!! Que o jornalista é exímio em tocar guitarra e em gastronomia já sabíamos, mas desculpar-se com uns quilitos a mais se atacar estes manjares…deste aparte não estávamos à espera…mas
compreende-se! Se compreendo!!! Quem resiste a pratos tão saborosos e suculentos? Até a Dina Aguiar acho que estava a salivar no estúdio. Acho!!!
Do portal avesdeportugal.info retiro um extrato referente ao Paul da Madriz que abrange uma área de cerca de 40 hectares, de forma trapezoidal e alongada de SE para NO, alargando-se para a zona ocidental, com cerca de 2 km de comprimento e uma largura média de 300 metros sendo drenado pela Vala do Moinho que o atravessa e se liga à Vala do Canal.
A área do Paul foi ocupada, principalmente, pelo cultivo intensivo de arroz, tendo essa prática sido abandonada a partir do início da década de 1960, subsistindo, atualmente, algumas áreas de cultivo agrícola a montante e a jusante, para além da via ferroviária. Este abandono foi originado pela repartição da área agrícola em pequenas parcelas associado às condições físicas do Paul que não possibilitava a utilização de maquinaria, tornando impraticável a agricultura sustentável. Assim, presentemente, somos contemplados com um santuário para a fauna e flora. A progressão neste paul é difícil e a observação da avifauna aquática a partir das vertentes também é dificultada pelo facto de esta zona húmida estar rodeada de bosques ripícolas.
Mas porque “só se ama o que se conhece, e só se pode querer conservar o que se ama” são sugeridos uma série de percursos, que possibilitam percorrer o paul e a sua área envolvente, bem como parte do vale do Rio Arunca.
Em relação ao Paul do Taipal e socorrendo-nos do portal já citado também podemos ler o seguinte: “Situa-se (este Paul do Taipal) na planície aluvial do Baixo Mondego, próximo à vila de Montemor-o-Velho e foi outrora ocupado pela orizicultura. Em meados da década de 1970, aquando da construção da atual Estrada Nacional no.111, as valas de drenagem foram interrompidas,
transformando este espaço numa área de alagamento, provocando o abandono da agricultura e a sua ocupação pela vegetação típica de zonas húmidas.
Este paul está ocupado na sua grande maioria por caniço e por algum bunho e junco. As valas estão ocupadas por golfão-branco e o estrato arbóreo é constituído por salgueiros e amieiros.”
Não se esqueça de nos dar a sua opinião. Se fizer fotos giras das aves e da flora mande-as para o “Coimbra Canal” para as publicarmos.
Esperamos que siga a nossa sugestão juntando pratos de arroz (do Baixo Mondego) ou de lampreia a visitas sumptuosas aos pauis da Madriz e do Taipal.
Depois dê-nos a sua opinião acerca do que viu.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com

Português Lusófono de uma Nação-Navio

Sansão Coelho em 10.março.2015

Este nosso Povo Português considerado por Fernando Pessoa navio nação, conceito mudado para nação-navio (pelo notável ensaísta, natural da Guarda, Eduardo Lourenço), a percorrer os mares do mundo, pioneiro das Globalizações, é aquele mesmo povo que peregrinou com o montemorense Fernão Mendes Pinto pelos exotismos da China e do Japão. Somos descendentes do povo que espalhou e perfumou com as suas marcas identitárias e com a língua portuguesa territórios tão distantes como Brasil e Timor-Leste, São Tomé ou Moçambique. Ou a nossa irmã Angola, país cada vez mais próximo, onde há ruas na sua capital de São Paulo de Assunção de Luanda a fazerem lembrar calçadas da baixinha de Coimbra ou o alfacinha Bairro Alto.

Quando escuto um Fado de Coimbra mais nostálgico (há alguns bem
ritmados e alegres) sinto cantar naquele jeito singular e coleante o angolano Elias dia Kimuezu sob os coqueiros do Mussulo ou no Bairro Operário; ou meu amigo e cantor Mário Gama barítono emocionante impregnado de religiosidade e de branco vestido, qual sacerdote de boa vontade; ou pressinto uma rebita na Ilha de Luanda; e sinto-me envolto no primitivo, melancólico e choroso lundum e nas sonoridades da modinha como um exercício flutuante de afetos e interação. Quanto mais se definem as marcas da
Identidade de uma nova Angola, de um afirmado Timor ou de um empreendedor e solidário Brasil mais cresce no mundo o espaço para o Galo de Barcelos, para o Bacalhau, para a Sardinha Assada a pingar na broa, para o golo mágico de Cristiano Ronaldo, para os tapetes de Arraiolos e de Almalaguês, para as Colchas de Castelo Branco, os lenços dos Namorados de “Viana”, a Chanfana, o pastel de Tentúgal, esse manjar conventual tão ao gosto de António Nobre ou, mais recentemente, de José Saramago que nos devolveu orgulho e um Prémio Nobel. Na sua penúltima ida ao concelho de Montemor-o-Velho o escritor José Saramago teve conhecimento de que os sinos do Mosteiro de Tentúgal tinham de ser reparados. De forma discreta, e só mais tarde tivemos conhecimento do facto, o nosso Nobel da Literatura passou um cheque de valor significativo para comparticipar na reparação. Saramago, o quase ateu que, afinal, tanto entendia de Deus e NO-LO trouxe de forma clara e lúcida, em textos brilhantes que apetece reler.

Somos um povo-contraste e de contrastes. Mas somos, provavelmente, um povo que reflete as vivências comuns que tivemos, intramuros (mas que muros, os da alva serrania da Estrela?) ou em distantes paragens já então sobrevestidos de Viriatos invencíveis ou melhor: só vencidos à má-fé.
Sou português e europeu (mas cada vez mais português lusófono) a preto e branco, coração prenhe de cores vermelho e verde, a gritar pela Pátria e pelo seu Progresso, pela nossa História feita de tolerância e de enormes capacidades escondidas, registadas, contudo, no luso ADN.

Em cada um de nós há um cheiro a maresia e a mar, a viagem e a traineira, a possível e impossível, a Deus e a Diabo, a Tudo e Nada, mas com a certeza de que poucos povos houve como o nosso a dar-se ao Outro num exercício futurista de definição de Novas Sociabilidades. Talvez isto nos faça perceber porque é que somos tão ligados aos povos que colonizámos a quem chamamos de irmãos, e amamos mais do que em qualquer das melhores fraternidades.
Sou português, angolano, moçambicano, brasileiro, lusófono militante, tenho a pátria na Língua Portuguesa e o coração nesse tal Navio que se chama Sôdade, Saudade, Futuro, Coabitação
sob a capa linda e maravilhosa da Lusofonia.

E o Coimbra Canal assume as suas responsabilidades em ser, de Coimbra para o mundo, um forte Farol de Lusofonia. Só assim reconheceremos a nossa identidade de hoje e do futuro.
Para sempre.

Em breve daremos pormenores do que pode ver, ler e escutar no Coimbra Canal para sentir o calor da Lusofonia emitido “em direto” da Chama da Pátria: Coimbra.

 

Interatividade: sansão coelho@coimbracanal.com

A coisa aqui está preta como sempre

Sansão Coelho em 6.março.2015

Isto da ACADÉMICA/OAF não anda favorável a tiradas humorísticas, mas há sempre alguém que diz não, há sempre alguém que resiste à vil hipótese da tristeza da descida. Leiam, por favor, esta “oração” que foi enviada para o Coimbra Canal, a qual, não sendo a canção Oração com que António Calvário ganhou o primeiro Festival RTP da Canção (amanhã, celebra mais uma edição ao ser escolhida, à noite, a canção para Viena de Áustria) tem subjacente um tom de quem nos quer … dar música. Eis o seu teor que reproduzimos com a vénia devida:

“Oração” A São José Viterbo do Calhabé

Acreditai, Amado Viterbo, ser ainda possível a nossa salvação das penas imundas da Segunda Liga. Nós te glorificamos e pedimos uma vitória no próximo domingo contra os Cónegas de Moreira e que mantenhas afastados os pontas de lança opositores da nossa área e que estes só rematem de longe e torto. Acreditamos no teu academismo e bem-fazer futebolístico e rogamos para que não soframos mais até final da época a angústia da derrota ou mesmo dos empates em casa. Perdemos logo de início, na primeira eliminatória, a nossa Taça de Portugal de Todos os Sonhos, mas fazei, Amado Viterbo, que depois de termos perdido também a Taça da Liga e nunca termos conseguido ganhar em casa para o Campeonato, que aconteça, agora e na hora da nossa ansiedade, o Milagre da Multiplicação dos Pontos para mantermos o estatuto que nos dá Brio. Nós te rogamos ainda a capacidade de treinares os nossos jogadores com a tua mestria e alta classe e ainda com a cagança desse excelso academismo que é uma coisa do caraças que não se consegue explicar, mas que se sente muito cá dentro. E como sabeis nós já não pedimos uma ida à Europa, nem à Europa dos Pequenitos que também se foi daqui, mas pedimos, com esperança e alento, que o Marinho se glorifique em golos e que as balizas dos adversários possam ir ao encontro das bolas rematadas pelos nossos atletas.
Fazei, Viterbo, com que o milagre aconteça já neste domingo por obra e graça dos nossos jogadores. Nós te seguiremos, Briosa – tal como a aniversariante Mancha Negra – para o céu se lá fores jogar; e por ti morreremos de amores de forma sempiterna que é para entrarmos à borla… e de capelo.
Assim seja sempre.

Interatividade: sansaocoelho@coimbracanal.com