Uma vida que ardeu, uma esperança que é necessário reconstruir!
Oliveira do Hospital ardeu depois de Pedrógão. Morreram muitas pessoas, várias famílias ficaram destruídas e isso nunca ficará bem e nunca se resolverá. São marcas que ficam para a vida toda, são memórias que voltam e atormentam.
O que ardeu foi praticamente tudo.
Floresta e espaço verde de lazer. Na verdade, o verde praticamente desapareceu.
Empresas e o emprego de muita gente. Depois das mortes, este é o drama mais significativo.
Na J. Guerra, Lda trabalhavam 50 trabalhadores. Ardeu a 100%. Demorará muito tempo a voltar a laborar. Mas demorará ainda mais tempo a recuperar o ânimo, a alegria de viver. Isso é o mais significativo no que vemos.
Na empresa Construções Gouveia & Filho, Lda trabalhavam 34 trabalhadores. Ardeu a 100% e pensa estar a laborar dentro de alguns meses.
Luís Lagos, empresário e ex-presidente de uma distrital partidária, percebeu que tinha de dar um passo em frente e ajudar na reconstrução do seu concelho. Viu a desgraça perto da sua família e empresas a desaparecerem. A sua não sofreu, mas a da sua mulher foi totalmente destruída.
Os custos associados a estes incêndios medem-se em vidas perdidas, famílias destruídas, floresta perdida, negócios arrasados e um efeito muito significativo na esperança num futuro melhor. De tudo, apesar de certas coisas não terem solução, o mais difícil de recuperar é o ânimo necessário recomeçar tudo de novo. Esse é o maior custo, porque apesar de tudo a vida continua, e aquele aspeto que merece uma atenção muito especial.
Os incêndios deste verão mostram um país desorganizado e impreparado para estes eventos naturais.
O “E se…” quis mostrar essa realidade, deixando claro que é nossa obrigação garantir que vamos construir um país que estará preparado e é solidário com quem é atingido pela calamidade. E essa é uma resolução que todos temos de tomar e realizar.
“E Se…”, um programa de Norberto Pires com realização de Rijo Madeira.